sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ai que medo!

As pessoas têm medo do que é novo, isso é fato! Tenho percebido uma constante discussão, tanto entre amigos em rodas particulares, quanto na mídia a respeito do acesso que hoje temos no mundo virtual, de como o tudo está mecanizado, do tanto que nossas crianças sabem mais de tecnologia e menos sobre brincadeiras de rua.
Ouvindo rádio dia desses, escutava dois homens (o comunicador e um convidado) deliberando sobre a falta de brincadeiras 'saudáveis' entre as crianças e a crescente onda de tablets e celulares nas mãos das mesmas cada vez mais cedo.
Gosto de analisar todos os lados de uma história ou de uma polêmica. Estou certa de que lá em meados de 1800 e anos posteriores quando foi inventado o telefone, ou nos anos 60 (já no século 20) quando as primerias televisões chegavam ao interior do Brasil, o burburinho era o mesmo. Nossas avós deviam pensar que o mundo estava perdido, que as crianças seriam umas abobadas, pois agora tinham acesso à informação (bem pouca, quando chegava nas TVs preto e branco) e não iriam mais brincar, trabalhar, estudar, ler... Ledo engano, que hoje se repete.
Tudo que é demais é prejudicial, sabemos disso. Estamos vivendo, no 'olho' de um furacão chamado tecnologia e informação. Hoje advogados sem um mínimo de conhecimento em informática e internet estão tendo que se aposentar pois os processos eletrônicos já não são mais novidade há anos e muita gente não conseguiu acompanhar. Outro dia em Porto Alegre fique 40 minutos tentando pegar um táxi em uma avenida movimentadíssima, quando finalmente consegui, questionei o motorista do porquê nenhum dos seus 'colegas' que haviam passado por mim com o carro vazio havia parado, a surpresa na resposta: por que todos estão priorizando chamadas do Easy e do 99 (dois aplicativos de chamadas de táxi via celular e tablet), perceberam o que eu digo?
Precisamos sim ter controle sobre o que nossas crianças estão aprendendo na internet, mas querer proibí-las ao acesso é como os pais de antigamente que não queriam que as filhas estudassem além do primeiro grau, porque era demais pra elas. Não podemos parar no tempo por julgarmos, sem nenhuma base científica, que algo está fazendo mal às pessoas.
Nossos pequenos não sabem o que é viver sem computador como nós vivíamos quando criança, da mesma forma que a gente não acreditava que nossos pais puderam sobreviver em suas infâncias sem televisão. Cada geração com os instrumentos da evolução humana da sua época.
Não vai haver retrocesso, ninguém mais vai deixar de ter um celular que além de falar, também no mínimo tire foto. Ninguém mais vai aposentar um computador ou tablet para escrever em máquinas de datilografar (a não ser que acabe a energia elétrica do mundo).
Tenho que confessar que adoro ler livros impressos, mas também tenho vários salvos on line para o caso de querer ler em qualquer lugar, por praticidade mesmo.
Gosto muito de tecnologia, muito mais do que a maioria das minhas amigas, mas percebo que sim, às vezes é demais o que nossas crianças usam, assim como nós usávamos muito Atari e nossos pais também controlavam. O que não podemos fazer é proibir nossos filhos de vivenciar isso, ter pânico que eles saibam mexer demais em tablets e celulares. Nossa geração sim ficará para trás um dia, mas não podemos é ter esse pânico que percebo nos adultos frente a algo que não tem mais volta e que não é assim tão "maléfico e destruidor".

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