terça-feira, 31 de julho de 2018

Presente?

Quando eu digo que a convivência com os filhos nos oferece muito mais aprendizagens do que nosso próprio ensino a eles, é porque comprovo essa teoria pela vivência diária e principalmente mais do que conviver, presto atenção nos detalhes de suas falas, dos seus atos. Discutimos religião, ciência, sentimento, vida. As curiosidades que surgem e várias das soluções são encantadoras.

Pois bem, em uma atividade rotineira de levá-los à escola dia desses, estávamos em uma discussão sobre passado, presente e futuro, sobre a conceituação desses três tempos que já haviam sido tema de questionamentos anteriores.

Que momento mágico eu vivi naquele dia... um dia qualquer de julho de 2018, quando dentro do carro, no caminho da escola, eu e meus filhos tivemos um 'insight' juntos: O PRESENTE NÃO EXISTE!

Isso mesmo, vivemos entre passado e futuro a cada milésimo de segundo e o presente é uma ilusão mental.

Tudo o que você leu, sentiu, viveu há menos de um segundo já virou passado. Comprove por si mesmo: cante uma música, cada melodia da sua voz, já ficou no passado. A última palavra que você leu aqui, já ficou no passado.

É como se vivêssemos entre dois mundos (passado e futuro). É assustador sim, mas é também libertador descobrir algumas coisas.

E o presente onde está? Também queria saber isso. Talvez a pessoa que o inventou tenha pensado na abrangência de um período maior de tempo, como por exemplo, no presente você é estudante ou tenha alguma profissão específica.

A ideia de não haver presente é um tanto confusa, mas talvez seja a possibilidade de enxergar a vida de outra forma, não desperdiçando momentos. Então que tal vivermos de uma forma mais leve, nos preocupando com o que realmente importa? Porque definitivamente o teu "presente" já virou passado num piscar de olhos.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A morte da minha mãe


Quando eu era criança as vezes sonhava que minha mãe, ou meu pai, ou os dois juntos morriam. Outras vezes eram presos pela polícia. Acordava aos prantos. Sensação de perda, insegurança, falta de proteção.

Sempre ouvi isso também de amigos. Esses sonhos devem ser recorrentes em crianças, por algum motivo que hoje não tenho a explicação lógica.

Dia desses, sonhei que minha mãe tinha morrido. Mas nesse sonho, sua morte já havia passado uns 4 anos. Minha dor, lá no fundo, não era pela perda recente, mas pela falta que eu sentia do abraço dela e pela consciência que eu tinha naquele momento que nunca mais estaria envolta em seus braços. Ainda naquele sonho, minha avó materna que já é falecida (a Vó Lydia, fofa como só) me abraçava forte, tremia de tão forte que me apertava e dizia pra eu não me angustiar que aquilo não seria pra sempre.

Acordei aquele dia com uma sensação diferente, uma necessidade de estar com meus pais que desde criança não sentia. Amo eles demais, mas depois que a gente casa, tem trabalho, filhos e casa para cuidar, a gente acaba que por fazer “visitas” na casa dos pais “quando dá”.
Naquele dia tive a oportunidade de sentir, no fundo da minha alma, o quanto eles são importantes e necessários na minha vida.


Após o trabalho fiquei lá, plantada na casa deles, tomando um chimarrão com meu pai e esperando a mãe chegar, pra dar nela o mais apertado e demorado abraço da minha vida. Contei sobre o sonho e disse com todas as letras o quanto eles são importantes pra mim, agradeci por tudo que fizeram por nós e o quanto eu os admirava pelas pessoas que são. Sempre que posso falo pra eles que os amo, mas dessa vez foi diferente, foi com a maior certeza e sentimento do que nunca... e daquele abraço eu jamais vou esquecer. 

sábado, 5 de março de 2016

Mulheres Solteiras!!!


Hoje pela manhã assistia um programa em que era discutido acerca do papel da mulher na sociedade, afinal é mês de março, mulheres discutem sobre seus direitos, deveres, vontades, levantam-se bandeiras, baixam-se outras, enfim, desde que pensamentos me vem à cabeça, nos tempos mais remotos de minha existência, vejo as mesmas discussões e talvez as veja ainda quando estiver sentada em uma cadeira de balanço ao contar histórias para meus bisnetos.

Mas observava aquelas mulheres: brancas, negras, orientais falando sobre o esforço que ainda temos que fazer para que tenhamos um pouco de reconhecimento. O tanto a menos que ganhamos em nosso salário pelo fato de não termos um “falo”.

Uma delas me fez pensar ainda mais profundamente quando tocou no assunto de que a própria mulher às vezes não se reconhece como “pessoa de direito”, que não precisa por exemplo, pedir permissão ao marido para fazer algo comum do cotidiano. Não vou me aprofundar nessa questão, pois aqui não quer dizer que não tenhamos diálogo... é diferente o que estou expondo, e espero que compreendam.

E isso se encaixou como uma luva no que pensava dia desses.

Várias de minhas amigas estão separadas recentemente. Venho observando seus comportamentos (não me julguem, estou sempre observando comportamentos, inclusive os meus), mas não estou julgando-as.

Tenho um gosto quase que obsessivo por tecnologia. Gosto muito de redes sociais, da interação e das relações e comportamentos que isso proporciona. Fui por muitas vezes criticada por postar fotos de meus filhos em algumas delas (aqui preciso sempre explicar que 90% da família mora bem longe e essa é uma ferramenta para que nossos entes participem um pouco da nossa vida e vice-versa), mas sempre procuro usar com uma certa moderação e não acho que exponho demais a minha vida.

Mas voltando ao assunto mulheres/permissões de marido, lembro de ouvir por muitas vezes em rodas de conversa com amigas sobre a exposição pessoal no mundo virtual, muitas bradavam sobre o quanto isso era ‘horrível’, ‘ridículo’, ‘exposição gratuita’, blá, blá, blá... Ficava quieta. Ouvindo. Pensando.

Será que esse era mesmo o pensamento delas, digo, “delas” mesmo?

Porque o que percebi, melhor, constatei, foi que a partir do momento que se separaram, as redes sociais passou a ser a melhor amiga pra todas as horas. O que era ‘ridículo’ passou a não ser mais. A ‘exposição gratuita’ não existe, pois até fotos de biquíni elas postam agora (não estou criticando, pois todas estão com um corpão de parar o trânsito). Mas o que mudou? Hoje postam muito mais que eu. Acompanho suas vidas muito mais que antes e acho isso o máximo!


Bem vindas gurias! Bem vindas à sua liberdade de expressão! A postarem o que querem e não o que o marido deixa ou acha que seja certo! Bem vindas à vida!